sábado, 18 de fevereiro de 2012

Tarzan, O Homem Macaco

Estava eu em busca de alguma história em quadrinhos diferente para ler quando ao entrar em um blog estava lá disponível uma minissérie em 3 edições de Tarzan e As Joias de Opar. Baixei e li as 3 edições de um gole só.
Não vou me ater em dizer o quanto a HQ era boa, não é essa minha intensão, e sim argumentar o que aconteceu com Tarzan que anda tão esquecido.
As novas gerações talvez se lembrem de Tarzan graças ao esforço dos estúdios Disney em reviver o herói em uma animação que fez muito sucesso. Mas infelizmente a animação infantilizou demais o personagem e nem longe mostrou toda a potencialidade que fez desse herói tão popular no passado.
Primeiro um breve resumo de quem é Tarzan.
Um casal de aristocratas ingleses desembarca na costa africana após um motim no navio em que viajavam. Perdidos na selva o casal consegue sua sobrevivência, mas veem a falecer atacados pelo grande macaco Kerchark e deixam o filho recém-nascido. O menino é então criado pelos macacos, aprendendo sua língua e desenvolvendo espantosas habilidades atléticas.
Grosso modo essa é a origem desse personagem criado pelo norte-americano Edgar Rice Burrougs, publicado pela primeira vez na revista pulp All-Story Magazine em 1912, só depois em 1914 foi publicado em livro.
O sucesso após a publicação foi enorme, foram cerca de 26 livros escritos pelo próprio criador e mas algum outros livros escritos por autores diversos como Barton Werper, Fritz Leiber, Philip José Farmer entre outros.
No Brasil foram lançados vários livros, alguns deles com traduções de gente indiscutivelmente importante em nossa literatura como Monteiro Lobato e Manuel Bandeira. Na década de 1970 a Editora Record relançou 8 desses. (O pai de um amigo meu tem essa coleção da Record completa, um dia eu ainda pergunto se ele me vende.)
No cinema entre a década de 1910 e 1970 foram lançados, praticamente, em média um filme por ano. Vários atores interpretaram o Rei dos Macacos no cinema, o mais famoso deles foi o nadador Johnny Weissmuller que atuou em 12 filmes na década de 1930 e foi com ele que se imortalizou o famoso grito do Tarzan, que na verdade era uma colagem de vários sons.
Depois do filme de 1971 houve um hiato de 10 anos sem nenhuma produção com Tarzan como protagonista, até que em 1981 é lançado Tarzan, O Filho das Selvas (Tarzan, The Ape Man), estrelado por Bo Derek. Este filme semi-erótico é considerado pela crítica junto com a produção de mesmo nome lançado em 1951 como os dois piores filmes do personagem. O primeiro por ser uma produção que vizava mais o erotismo da atriz principal (que sem dúvida era muito bela), sem mencionar que o Tarzan andava sempre com um orangotango no colo, e na África não existe esse tipo de primata. O segundo por ser o primeiro Tarzan loiro (fizeram algo contrário como Jonh Constantine, nas HQs ele é loiro e no cinema ele tem os cabelos pretos, mas tudo bem, o filme até que é bom).
Em 1984 foi lançado outro filme chamado Greystoke, A Lenda de Tarzan, O Rei da Selva (Greystoke: The Legend of Tarzan, Lord of the Apes); com o ator Christopher Lambert, que não fez muito sucesso (o filme nem era lá essas coisas também).
Em 1999, a Disney lançou uma animação de muito sucesso, com trilha sonora de Phil Collins (ele mesmo o antigo baterista do Genesis). Apesar de focar o público infantil, esse foi o Tarzan mais próximo do que foi imaginado por Edgar R. Burrougs.
Em 1998 foi lançado pela Warner o filme Tarzan and the Lost City, mas esse confesso nunca ví sequer ser comentado em qualquer lugar que seja a não ser uma refeência no Wikipaedia.
Na TV também houve alguns seriados o mais famoso e duradouro deles foi com o ator Ron Ely que teve 57 episódios alguns deles foram exibidos no cinema, um até se passa no Brasil com a participação do ator José Lewgoy.
Além do filme da Disney e uma posterior série de desenhos para a TV, uma série de desenhos produzidos pela Filmation entre 1976 e 1982 foi exibida pela SBT. Essa série foi considerada a mais fiel à obra de Burrougs.
Como eu comecei esse texto falando de quadrinhos, houve várias adaptações dos textos de Burrougs para os quadrinhos, as mais famosas foram as desenhadas por Harold Foster em 1929 e depois em 1931. As lendas dos quadrinhos Joe Kubert e Jonh Bussema (famoso pelos desenhos de Conan, O Bárbaro) também homenagearam o personagem.
Uma curiosidade. Burrougs em seus livros do Tarzan descreveu uma África com florestas maravilhosas e ao mesmo tempo sombrias, habitadas por animais selvagens e fabulosos e personagens incríveis de maneira tão viva e convincente, mas ele mesmo nunca esteve na África.
Então, pessoal, o que eu queria apresentar com tudo isso é, por que um personagem que foi tão famoso e teve mais produções cinematográficas e de tv que todos os heróis da Marvel e da DC juntos anda tão esquecido ultimamente. Fica um apelo às editoras, voltem a publicar a obra de Edgar Rice Burrougs na íntegra como fizeram com as obras de Robert E. Howard com Conan, o Cimério e as Histórias de Sherlock Holmes de Sir Arthur Conan Doyle. As novas gerações precisam reviver estas fantásticas aventuras.

Nenhum comentário: